quinta-feira, 22 de maio de 2014

TENDA DE UMBANDA CABOCLO SETE FLECHAS NA 5º FESTA DE OGUM

Eu, Pai Guilherme de Oxóssi, juntamente com meus filhos de santo da Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas , tive o prazer de participar da 5º Festa de Ogum, ou São Jorge Guerreiro (No sincretismo religioso), que foi realizada no Ginásio do Baetão, na cidade de São Bernardo do Campo, no dia 18/05/2014 .

Esta festividade, já tradicional, é realizada pela Afecab (Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro-Brasileiros) e tem como objetivo preservar a história e a cultura afro-brasileira e, em especial, prestar homenagens de fé e devoção ao santo guerreiro, através da presença de diversas comunidades de terreiros de Umbanda e Candomblé (religiões de matriz africana) com seus lideres  e lideranças  politicas de renome nacional.

O tema é bastante oportuno, num momento em que a sociedade civil e os Poderes Judiciário e Legislativo travam árdua luta para combater quaisquer tipo de intolerância e preconceito em nosso país, seja através de campanhas de esclarecimento, ordenamento de leis ou, se necessário, ações judiciais. 

Foi amplamente divulgado pelas mídias fato relevante que aconteceu semana passada, no Rio de Janeiro, quando o Juiz da 17º Vara da Fazenda Federal (RJ) deferiu uma sentença e, que afirmava que a Umbanda e Candomblé não poderiam ser classificadas  como religiões, pois não possuíam características necessárias para tal.

A sua posição causou grande reação de diversos segmentos e o referido Juiz reconsiderou sua sentença neste dia 20/05.

Nós, da Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas, entendemos esta mudança de postura como um pequeno avanço, pois o ponto central da questão é que as manifestações de intolerância e preconceito continuam protegidas, mesmo que de forma velada, alegando que as manifestações ofensivas às religiões de matriz africana são ‘’legitimas’’, apoiando-se no direito de liberdade de expressão e reunião.

A pergunta que fica é: podem os umbandistas, candomblecistas e adeptos de outras religiões postarem vídeos ofendendo crenças e cultos diferentes dos seus, sem que isso seja considerado intolerância?

Deixo aqui um ponto para nos questionarmos sobre intolerância e preconceito, lembrando que isto pode ter mais de uma mão de direção. 

Finalmente, venho agradecer aos meus filhos de santo pelo empenho, para que pudéssemos comparecer a esta linda festa, onde pudemos levar o nome de Monte Aprazível com muita honra e alegria e divulgar que aqui, tão longe dos grandes centros, existem terreiros com pessoas comprometidas com a religião, para que através dela possamos praticar aquilo que é lei na umbanda: fazer o Bem sem olhar a quem, levar amor, esperança, paz e caridade a todos, como assim nos ensinou o Criador.

Axé a todos.
Pai Guilherme de Oxóssi
Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas


Nenhum comentário: