Lucas Ribeiro
Ele já foi seminarista onde
desenvolveu vários trabalhos pastorais nas Paróquias de São Benedito em Nova
Granada, na Paróquia de São João Batista em Tanabi, na Capela de Nossa Senhora
Aparecida em Parise e na Paróquia de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento em
São José do Rio Preto.
Ele foi sacerdote em sua
primeira comunidade Paroquial de Santo Antonio em Cosmorama, de 2007 a 2011. Em
Agosto de 2011, no dia 21, ele tomou posse como pároco na Paróquia de São
Sebastião em Ipiguá, aonde permaneceu por dois anos e quatro messes até ser
nomeado para a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima aqui em Monte Aprazível.
Estamos falando do Carlos
Eduardo Pereira Nascimento, conhecido como Padre Carlos, ele tem 33 anos, e
fala com exclusividade ao Monte Aprazível Notícias.
- Como o senhor reagiu no
momento em que ficou sabendo que assumiria a Paróquia Nossa Senhora de Fátima,
em Monte Aprazível?
"Bom primeiro surpreso, exatamente porque eu não estava esperando
uma transferência por agora. Mas aceitei com muito carinho e obediência ao
chamado da Igreja para esta nova missão".
- Como foi a sua primeira
missa Monte Aprazível?
" Depois da Missa da posse já no sábado e domingo presidi a
Eucaristia e me senti muito acolhido, me senti em casa com os paroquianos".
- Percebo que o senhor é um
padre muito querido na paróquia São
Sebastião em Ipiguá, e que deixará muitas saudades nesta cidade.
O senhor se considera um padre carismático?
" Não sei se posso dizer carismático
porque todos nós somos chamados a tratar bem os outros e a estar bem com os
outros, eu tento ser eu sempre, procuro estar sempre com meu povo, sentir com
eles as dores e alegrias, tento na medida do possível ser o pastor que as
pessoas desejam".
- Como descobriu sua vocação
para ser padre?
" Descobri minha vocação vendo o meu antigo pároco presidir a
Eucaristia, sempre fui encantado com a liturgia da Igreja, e vendo o seu zelo
pastoral e vendo também os sinais de Deus que me chamava eu me decidi".
- Com qual idade decidiu
trilhar este caminho?
" Desde os meus 07 anos de idade já tinha
o desejo de ser padre, mas fui para o seminário em fevereiro de 1997 com 17
anos de idade".
- O que o senhor seria se não
fosse padre?
" Professor de História, eu amo história e lugares históricos,
posso dizer que mesmo não sendo formado eu me sinto um pouco um historiador".
- O senhor é devoto de qual
santo?
" Sou muito devoto de São José"
" Todo padre é bom. Pelo menos eu vejo
desta forma, não podemos criar estereótipos de padre, ou tachar o padre de bom
ou ruim, eu acredito que todo padre é bom e que cada um a seu jeito e a sua
maneira faz o Reino de Deus acontecer".
- Qual a importância da
religião na vida de uma pessoa?
" Posso
dizer que a religião seja ela qual for deveria ocupar depois de Deus um lugar
de destaque na vida do ser humano. O filosofo Karl Marx criticava a religião e dizia ser esta o
ópio do povo, ópio porque segundo ele escravizava e alguns ainda dizem que
escraviza, mas eu discordo do pensamento do mesmo, no sentido que religião vai
nos apresentar Deus, vai nos apresentar um modo justo e correto de viver, posso
dizer que um jeito verdadeiro de tornar a vida mais fácil. A religião só se
torna escravizadora quando o ser humano troca aquilo que é o necessário que a
religião apresenta isto é, Deus, e um modo de vida certo e correto e se deixa
enganar por aquilo que não é verdadeiro, se deixa levar e iludir, se bitolar em
determinados questões que não condizem com a maneira correta de viver que a
religião ensina".
- Vivemos em uma sociedade
repleta de distrações e futilidade que, às vezes, podem ser mais atrativas do
que a própria Igreja. Como pretende atrair os fiéis aprazivelenses para as suas
missas?
"Isso é muito relativo, como padre sou
Pastor e não um animador de auditório, ou cantor famoso, essa história de que
não vai a missa porque a missa é morta ou porque não gosto desse ou daquele
padre no meu pensamento é algo furado. Primeiro somos chamados a buscar o que
nos é essencial e necessário e o essencial e necessário é Deus. Como Padre vou
apresentar Deus, vou apresentar a liturgia da Igreja com suas riquezas e
formas, primar pelo espiritual, pelo social e é exatamente isso que deve chamar
a atenção de nosso povo. Completo dizendo “que somente se ama aquilo que se
conhece”, a partir do momento que os cristão Católicos ( claro que não
generalizo) , passarem a amar a Igreja e a conhecê-la, não teremos mais a
necessidade que querer ou de inventar coisas, ou até mesmos determinados ritos
para chamar ou segurar o povo. Temos que lembrar que como batizados somos
Igreja e fazemos parte da Igreja, por isso chamados a amá-la e a mante-la
sempre viva e atuante. Quem vier a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima vai
encontrar um padre que reza Missa, que canta na medida do possível mas que em
primeiro lugar apresenta Deus".
- No Natal muitas pessoas
festejam e se reúnem com a família. Trocam presentes entre si, bebem e comem a
vontade. O que percebemos é que a celebração muitas vezes é a única festa de
aniversário em que o aniversariante, no caso Jesus, não está presente. Por que
isso acontece?
" No meu pensamento isso acontece porque
o mundo nos apresenta uma sociedade consumista, apresenta o deus dinheiro, o
deus do consumo, onde o que vale é o ter, sempre mais, quanto mais se tem, mais
se quer, por isso o essencial, Jesus Cristo, que é a Luz que veio ao mundo no
Natal fica escondido".
- Os pais poderiam transmitir
de uma forma mais sábia a essência do Natal aos filhos?
" Sim com certeza, não só poderiam como
deveriam fazê-lo, pois são os pais os primeiros catequistas e seus filhos".
- Qual é a essência do
Natal?
" Eu acredito que a essência do natal, é
fazer Cristo nascer todos os dias nos corações de todos, principalmente no
coração dos que não tem voz e nem tem vez. Mostrar Cristo nascido e sua
proximidade com os homens, proximidade de um Deus que nos ama e que quis se
fazer homem para estar no meio de seu povo".
- Em dezembro se vê uma
grande mobilização de atos de solidariedade, tanto das igrejas quanto da
sociedade. Por que isso só acontece no Natal?
" Penso que ninguém almoça, janta ou faz
qualquer refeição só uma vez por ano, faz-se necessário ser solidário todos os dias, não somente quando a
Igreja ou a sociedade convoca ou chama".
Vamos para as 3 perguntas finais;
- Há muitos anos, a Paróquia
Nossa Senhora de Fátima, não realiza a tradicional quermesse. Com a sua
chegada, o senhor pretende começar a realizar novamente?
" É algo que já me foi pedido, mas é algo
que ainda precisa ser discutido e conversado, pois não resolvo as coisas
sozinho, junto comigo existe um conselho, de Assuntos Econômicos e Pastorais,
então caminho com eles e eles comigo, e será com eles que vou decidir sobre o
ter ou não quermesse ou qualquer outro evento na vida da paróquia. Esperemos".
- O último Censo apontou um aumento do
número de evangélicos e a diminuição do número de católicos. Como recuperar o
terreno?
" Não vejo isso como problema, pois diz um
Arcebispo Brasileiro “Aqueles que abandonaram a Igreja Católica nunca foram
fiéis....”, não somos chamados a criar essa ou aquela situação para trazer
fiéis de volta ou não deixá-los ir ou voltar, cada um segundo a Constituição
tem a “Liberdade de ir e vir”e assim também na Igreja. A Igreja sempre esteve e
sempre estará de portas abertas para acolher como Mãe que é a todos e todas".
- Qual sua opinião sobre o de
homossexuais?
"Pergunta um tanto quanto provocadora e que
causa muita polemica, mas digo que, são Filhos de Deus, amados e queridos por ele".
Deus vós abençoe e vos guarde.
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